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Maria Pace Chiavari


A Avenida Central: novo espaço para o sucesso


Na carreira da firma Jannuzzi, o período mais frutuoso e brilhante corresponde à ascensão da nova classe empresarial. São exemplos disso as encomendas de Eduardo Guinle e Cândido Gaffrée para a construção das oficinas de Eletricidade da Companhia Brasileira de Energia Elétrica, na Rua São Clemente e na Rua Visconde de Sapucahy,37 e a construção, no bairro do Flamengo, de dezessete casas e da sede do Fluminense Football Club. Tal último empreendimento imobiliário, realizado sob pedido de Cândido Gaffrée, abre as portas para a empresa Jannuzzi passar a fazer parte do que Paulo Santos define como “o fato capital desse princípio de século”: a abertura da Avenida Central, inaugurada em 1904.38

Nessa ocasião, Antonio Jannuzzi entra em competição com arquitetos e engenheiros de grande fama, como Morales de los Rios, Francisco Oliveira Passos e Ludovico Berna. Dos doze edifícios projetados pela empresa Jannuzzi, antes da inauguração da avenida, os mais representativos são os construídos para Eduardo Guinle e o prédio destinado ao escritório técnico da própria firma que foi o primeiro a ser inaugurado no local.

É testemunho da grande competência alcançada pela construtora, no que se refere ao trabalho e uso dos materiais na decoração das fachadas, o Palácio das Docas de Santos, projeto do engenheiro paulista Ramos de Azevedo. O prédio, ainda remanescente na Avenida Rio Branco, é hoje a sede do IPHAN.



37. Tal rua foi modificada e transformada em Marquês de Sapucaí, pertencente à Cidade Nova.
38. SANTOS, Paulo. Quatro séculos de arquitetura. Rio de Janeiro: IAB, 1981. p. 79.